sábado, 19 de junho de 2010
Aos leitores:
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Elegia
Asa de vento: Amor
Me desalinha, fera implacável.
Falavas de modo doce e suave –
Palavras sem certeza, que se diz ao entardecer:
Ou então o silêncio, que tudo diz.
Ou então o sorriso, que nada diz.
Sorriso sem tristeza, que se realiza sem esperar:
Sorrias de modo terno e gentil –
Ao entardecer, e sem esperar –
Também o abraço que me enlaçava:
Até menos o corpo, do que o coração.
Na aurora dos dias, onde tudo era primeiro.
Nos dias longínquos, longos dias –
Sentia mais o coração, sentia forte a alma:
Sem nada dizer, rendia-me
Sem perceber, perdia-te
Nos abraços e no cuidado, sem esperar:
Sorrias de modo terno e gentil –
No ocaso destes dias, onde tudo é antigo
Já não sou livre no modo como falas
A não mais observar o teu sorriso:
Sem esperar, e ao entardecer –
Melancólico e triste –
O amor é também um canto solitário
Que nada sabe dizer, senão confiar
Que nada sabe fazer, senão esperar
Como agora: indefinidamente perdido
Indefinidamente rendido.