domingo, 27 de setembro de 2009

Em verso & prosa

I. A song

If I could some day
leave the somber away
leave behind melancholy
If only I could say...

If only I could be there
living together with no fear
Sharing days and nights
Paving a common way clear.

If only I coud pray
the angels to guard your way
the angels to lead us together
hand to hand, face to face.

Oh if only I could make
a song forever to take
you close together my dear
endlessly from today.



II. A rosa não é menos rosa

A rosa não é menos bela por seus espinhos; ao contrario, eles demonstram a beleza da natureza real quando se mostram necessários à sua sobrevivência e proteção. Também somos nós belos em nossas cores e acúleos, que podem até ferir, e ainda assim não serem dignos de repudia.

A chuva não é menos bela por conta da colheita perdida, pois ela fertiliza a terra, possibilitando novo plantio, ainda que a fome seja forçoso estímulo ao trabalho de reconstrução. Também podemos ser intempestivos, mas estimulantes de recomeço.

Quando o vento derruba a árvore, ele também espalha suas sementes. E ao derrubarmos percepções enraizadas semeamos novos sentimentos.

O que seria o amor, senão o humano? O que seria o bem sem o contraste da dor? Não há pureza ou verdade se perdemos a aptidão para irmos ao reverso e voltar ao avesso aprimorando este eterno ofício.



III. De Drummond:


Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue… não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

("A morte do leiteiro". Carlos Drummond de Andrade).