sexta-feira, 14 de março de 2008

Folhas secas*

Folhas secas, pisadas no chão
Velhas folhas...
A criança olha e sorri:
Claro e escuro –
Este, a fruta doce do chão
Aquele, o sorriso infantil.

Folhas secas, enlevadas no vento
Dança do vento...
O céu parece imóvel:
Tempestade e calmaria –
Esta, a folha caída no chão
Aquela, o ecoar distante da música.

Folhas secas, frutas doces –
Doce e terno o sorriso
E o olhar daquela criança:
Dança contente com o som –
Dizendo nada é tão triste,
Nada é tão feliz.



*Escrevi esse poema em 21/11/2004, quando lia Emily Dickinson e quando via poesia em todas as coisas a minha volta. Era boa a sensação de estar me descobrindo, me lembro muito bem daquele dia, no museu, a menina no chão, brincando com as folhas e a sinfonia sendo executada dentro das paredes centenárias. Escrevi às pressas o poema que hoje, finalmente, publico.




3 comentários:

Iceberg disse...

"Oh bliss! Bliss and heaven! Oh, it was gorgeousness and gorgeousity made flesh. It was like a bird of rarest-spun heaven metal or like silvery wine flowing in a spaceship, gravity all nonsense now."

Lembro até hoje de você vindo digitar esse poema aqui em casa... Mas acho que ele era um pouquinho maior, não?

Fábio Fortes disse...

Não era não, Rafa... é o mesmo... minha mãe trouxe meu HD antigo de Juiz de Fora, recuperei textos escritos há anos... Achava esse especial... Lembro muito bem doq ue me disse na ocasião!

Alê disse...

Prefiro os escritores que conseguem passar sua mensagem de forma simples por acreditar que a simplicidade é a parte mais linda do texto!
Amei! =]